fbpx

Não há uma maneira certa de viver com sentido

Não há uma maneira certa de viver com sentido

Tenho reparado que existe uma resistência generalizada para admitir que se encontra sentido de propósito e de significado em certas áreas de vida.

Muitas pessoas chegam afirmando que não podem admitir para si mesmas que são o tipo de pessoa que precisa, por exemplo, de estar numa relação de amor bonita para se sentirem felizes e realizadas. Na mesma medida tenho encontrado pessoas que me chegam reprimindo o seu desejo de ser mães e pais porque não querem dar a si mesmas a autorização de ser o tipo de pessoa que precisa de se cumprir nesse papel para se sentir a viver uma vida com mais significado.

Oiço estas pessoas e presencio a sua resistência e a consequente repressão daquilo que a sua alma lhes está a pedir e penso: “Mas porque não?”

Porque é que nos custa tanto admitir (a alguns de nós) que nos sentimos mais realizad@s quando estamos numa relação de amor que nos nutre? Porque é que nos é motivo de vergonha (para alguns de nós) admitir que acreditamos que dar vida a outra vida vai trazer mais sentido à nossa existência?

Para mim, pelo menos da maneira como vejo a vida, é muito simples… Algumas pessoas precisam de estar realizadas profissionalmente para se sentirem a viver uma vida com sentido (é o meu caso). Algumas pessoas precisam de estar a ganhar muito dinheiro para se sentirem a viver uma vida preenchida. Algumas pessoas precisam de estar ativas fisicamente e praticar desporto com muita regularidade para sentirem que estão a cumprir-se. Algumas pessoas precisam de ter vários parceiros sexuais para sentirem que estão vivas. Algumas pessoas precisam de contribuir ativamente para causas sociais que as comovam para sentirem que a sua vida vale a pena. Os exemplos são infinitos e as combinações variadas.

E tudo isto é ouvido com tranquilidade. E tudo isto é visto com lógica. E tudo isto é dito com convicção. Mas quando se trata de precisar de estar numa relação de amor que me preencha ou de ser mãe/pai, então não posso permitir a mim mesma que essa seja a minha grande fonte de sentido. 

“Não posso precisar de estar numa relação bonita para me sentir realizada”. E porque não? Porque é que algumas coisas são mais válidas que outras para nos trazer significado? 

Compreendo se o argumento for que nenhuma dessas coisas deva ser a ÚNICA fonte de significado nas nossas vidas. Claro! Mas nesse caso nem o amor, nem a mater/paternidade, mas também nem o trabalho, nem o dinheiro, nem o six pack, nem viajar o mundo.

Não devemos pôr todos os ovos do sentido das nossas vidas no mesmo cesto, seja ele qual for, por risco de nos tornarmos dependentes desse cesto para viver. Mas o que testemunho não é tanto o receio de colocar todos os ovos no cesto do amor romântico ou do amor mater/paternal, mas o receio de admitir que é lá que queremos colocar uma parte importante dos nossos ovos.

“Não posso precisar de estar numa relação bonita para sentir que estou a cumprir uma parte do meu propósito”. E porque não? Se esta pessoa disser que precisa de estar realizada profissionalmente para sentir que está a cumprir uma parte do seu propósito, ninguém vem dizer que isso é mau.  

Há certas coisas centrais que cada um de nós precisa para estar bem, para sentir que está a cumprir-se, para sentir que está a ganhar o jogo e para acreditar que acordar amanhã de manhã vai valer a pena. Não interessa o que essa meia dúzia de coisas é para ti. Não interessa se uma dessas coisas é o amor romântico ou o amor mater/paternal. Não interessa até se é uma das principais. O que interessa é que saibas quais são os teus cestos e todos os dias dês mais um passinho para que consigas colocar a quantidade de ovos que quiseres em cada um deles.

Não há, em termos gerais, uma maneira certa de viver com sentido. Mas há uma maneira para viver com sentido que é certa para ti. Pelo menos hoje. Pelo menos agora. E a tua missão é descobri-la, aceitá-la e trabalhar para a conquistares. Não interessa o formato das outras pessoas. Não interessa a combinação que sempre achaste que “devias” desejar. A tua alma não quer saber de nada disso. E vai inquietar-te até a ouvires e aceitares.

Porque tu mereces viver, à tua medida, uma vida com sentido. À tua medida!

Faz sentido?

Jo 💙

2 Comments
  • Carmelia Martins
    Posted at 22:22h, 22 Novembro

    É isso, o que faz sentido pra mim, pode não ser o que faz sentido pro outro é ninguém está melhor, nem pior, nem mais perto, nem mais longe… O que me faz bem, é o que faz sentido. A magia de aceitar o que o outro faz com sentido é brutal, mas desafiante. Ver com outros óculos… Cria harmonia, entendimento….NÃO SERÁ ISSO AMOR?

  • Bruno Belino
    Posted at 21:04h, 22 Novembro

    Muito sentido…. perspectivas e acções que podem ser postas em pratica se fizerem sentido, claro.
    Obrigado por mais um texto à minha medida.