21 Nov Não há uma maneira certa de viver com sentido
Tenho reparado que existe uma resistência generalizada para admitir que se encontra sentido de propósito e de significado em certas áreas de vida.
Muitas pessoas chegam afirmando que não podem admitir para si mesmas que são o tipo de pessoa que precisa, por exemplo, de estar numa relação de amor bonita para se sentirem felizes e realizadas. Na mesma medida tenho encontrado pessoas que me chegam reprimindo o seu desejo de ser mães e pais porque não querem dar a si mesmas a autorização de ser o tipo de pessoa que precisa de se cumprir nesse papel para se sentir a viver uma vida com mais significado.
Oiço estas pessoas e presencio a sua resistência e a consequente repressão daquilo que a sua alma lhes está a pedir e penso: “Mas porque não?”
Porque é que nos custa tanto admitir (a alguns de nós) que nos sentimos mais realizad@s quando estamos numa relação de amor que nos nutre? Porque é que nos é motivo de vergonha (para alguns de nós) admitir que acreditamos que dar vida a outra vida vai trazer mais sentido à nossa existência?
Para mim, pelo menos da maneira como vejo a vida, é muito simples… Algumas pessoas precisam de estar realizadas profissionalmente para se sentirem a viver uma vida com sentido (é o meu caso). Algumas pessoas precisam de estar a ganhar muito dinheiro para se sentirem a viver uma vida preenchida. Algumas pessoas precisam de estar ativas fisicamente e praticar desporto com muita regularidade para sentirem que estão a cumprir-se. Algumas pessoas precisam de ter vários parceiros sexuais para sentirem que estão vivas. Algumas pessoas precisam de contribuir ativamente para causas sociais que as comovam para sentirem que a sua vida vale a pena. Os exemplos são infinitos e as combinações variadas.
E tudo isto é ouvido com tranquilidade. E tudo isto é visto com lógica. E tudo isto é dito com convicção. Mas quando se trata de precisar de estar numa relação de amor que me preencha ou de ser mãe/pai, então não posso permitir a mim mesma que essa seja a minha grande fonte de sentido.
“Não posso precisar de estar numa relação bonita para me sentir realizada”. E porque não? Porque é que algumas coisas são mais válidas que outras para nos trazer significado?
Compreendo se o argumento for que nenhuma dessas coisas deva ser a ÚNICA fonte de significado nas nossas vidas. Claro! Mas nesse caso nem o amor, nem a mater/paternidade, mas também nem o trabalho, nem o dinheiro, nem o six pack, nem viajar o mundo.
Não devemos pôr todos os ovos do sentido das nossas vidas no mesmo cesto, seja ele qual for, por risco de nos tornarmos dependentes desse cesto para viver. Mas o que testemunho não é tanto o receio de colocar todos os ovos no cesto do amor romântico ou do amor mater/paternal, mas o receio de admitir que é lá que queremos colocar uma parte importante dos nossos ovos.
“Não posso precisar de estar numa relação bonita para sentir que estou a cumprir uma parte do meu propósito”. E porque não? Se esta pessoa disser que precisa de estar realizada profissionalmente para sentir que está a cumprir uma parte do seu propósito, ninguém vem dizer que isso é mau.
Há certas coisas centrais que cada um de nós precisa para estar bem, para sentir que está a cumprir-se, para sentir que está a ganhar o jogo e para acreditar que acordar amanhã de manhã vai valer a pena. Não interessa o que essa meia dúzia de coisas é para ti. Não interessa se uma dessas coisas é o amor romântico ou o amor mater/paternal. Não interessa até se é uma das principais. O que interessa é que saibas quais são os teus cestos e todos os dias dês mais um passinho para que consigas colocar a quantidade de ovos que quiseres em cada um deles.
Não há, em termos gerais, uma maneira certa de viver com sentido. Mas há uma maneira para viver com sentido que é certa para ti. Pelo menos hoje. Pelo menos agora. E a tua missão é descobri-la, aceitá-la e trabalhar para a conquistares. Não interessa o formato das outras pessoas. Não interessa a combinação que sempre achaste que “devias” desejar. A tua alma não quer saber de nada disso. E vai inquietar-te até a ouvires e aceitares.
Porque tu mereces viver, à tua medida, uma vida com sentido. À tua medida!
Faz sentido?
Jo 💙
Carmelia Martins
Posted at 22:22h, 22 NovembroÉ isso, o que faz sentido pra mim, pode não ser o que faz sentido pro outro é ninguém está melhor, nem pior, nem mais perto, nem mais longe… O que me faz bem, é o que faz sentido. A magia de aceitar o que o outro faz com sentido é brutal, mas desafiante. Ver com outros óculos… Cria harmonia, entendimento….NÃO SERÁ ISSO AMOR?
Bruno Belino
Posted at 21:04h, 22 NovembroMuito sentido…. perspectivas e acções que podem ser postas em pratica se fizerem sentido, claro.
Obrigado por mais um texto à minha medida.