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“Eu aguento!” Mas será que deves?

“Eu aguento!” Mas será que deves?

“As pessoas entram numa nova relação a achar que vão mudar o outro.”

Deve ser das afirmações que mais oiço, principalmente acerca das mulheres, no tema dos relacionamentos.

No que diz respeito à premissa de que entrar numa relação com alguém na expectativa de que essa pessoa mude, parece-me evidente que é uma receita para sofrimento desnecessário. Não porque as pessoas não mudem, porque mudam. Mas porque as pessoas mudam no sentido, ritmo e profundidade que elas querem, conseguem ou desejam. E não naquele que nós desejamos.

Mas este post é sobre outra afirmação que me parece ser mais próxima da realidade de muitas pessoas que conheço.

E a afirmação é: “Muitas pessoas entram numa nova relação a achar que vão conseguir mudar-se a si mesmas o suficiente para conseguir suportar as limitações de carácter que perceberam imediatamente no seu novo parceiro.”

É muito raro alguém ficar surpreendido com a falta de condições morais do parceiro. Normalmente essas lacunas eram evidentes desde o primeiro dia. E, sim, algumas pessoas acharam que essa pessoa podia mudar. Apaixonaram-se também pelo potencial do outro e não apenas pelo outro real.

Mas não menos vezes percebo que o que as pessoas acharam é que conseguiam submeter, comprimir, forçar o seu próprio carácter para suportar aquilo que, na verdade, nunca deveriam ter suportado.

“Eu aguento”, pensam. Mas estão enganadas. E estão enganadas por dois motivos.

  1. porque as limitações de carácter têm tendência a agravar com o tempo. Algo com o qual conseguíamos viver, evolui aos poucos para algo que destrói a nossa alma.
  2. porque, felizmente existem partes de nós que nos impulsionam a tirar a mão de cima de uma chama, quando estamos a queimar-nos, por muito que achemos que conseguimos ou queremos suportar aquela dor. E essas partes de nós tornam impossível que nos corrompemos eternamente e de forma cada vez mais ostensiva.

Por isso, ao iniciar uma nova relação é importante lembrar:

Quando o outro te mostra quem é, acredita nele. E quando o teu instinto te mostra quem és, acredita nele também.

Com amor,

Jo 🩵

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