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Era um doce, mas virou dragão

Era um doce, mas virou dragão

Há uma dança que existe quando estamos no percurso para encontrar o nosso poder interno. O nosso sentido de integridade interior.

Na dança da procura do nosso poder pessoal, muitas vezes, saltamos da posição de submissos para a posição de dominantes. Achamos que é assim que encontramos o nosso sentido de autoridade interior. Se não queremos mais ser submissos, então a única alternativa é sermos dominantes, pensamos.

Queremos deixar de ser inocentes, frágeis e indefes@s (o que é compreensível) e, quase sempre inconscientemente, fazemo-lo numa fase inicial tornando-nos dragões ferozes cuspidores de fogo ácido.

E sinceramente, acredito que não tem mal nenhum.
Às vezes, para finalmente sairmos de uma ponta do espectro, precisamos de exagerar a atitude oposta e ir experimentar o outro lado desse espectro. Na descoberta do nosso equilíbrio, precisamos muitas vezes de, primeiro, desequilibrar para o lado oposto à nossa natureza.

E é mesmo assim que aprendemos algo novo. Indo contra as paredes. Esticando as nossas extremidades. Descobrindo os nossos limites indo contra eles e dilatando-os. E, por vezes, constatando que, se calhar, até exagerámos.

Se foi esta a viagem que fizeste, parabéns! Descobriste os teus limites. Agora talvez seja tempo de descobrires mais do que os teus limites no espectro. Talvez seja tempo agora de descobrires o teu lugar.

Porque não há nada de errado em experimentar os extremos, só é perigoso ficar aí demasiado tempo. Como nos diz Jung, o exagero de uma atitude, um dogmatismo ou fanatismo relativo a uma determinada opção, revela sempre a presença de uma dúvida interior inconsciente. Isto é, sair de uma posição extrema para outra e aí ficar, leva-nos quase sempre para o perigo de voltar a ser dominado pelo extremo oposto inicial e ficar nesse saltitar desgastante ad eternum.

Por isso, agora que já sabes o que é ser uma florzinha frágil e um leão intransigente, está na hora de integrar o paradoxo e encontrares aquele lugar mágico no qual consegues ser flexível com os outros e AO MESMO TEMPO firme sobre as tuas necessidades.
Aquele ponto de pérola em que consegues ser respeitador@ e AO MESMO TEMPO exigir respeito.
Aquele ponto de encontro onde consegues ser compreensiv@ e AO MESMO TEMPO incomplacente.

É que ser dominante/agressivo/inflexível não é a única porta de saída d@ submiss@/ingénu@/complacente. Há um terceiro. Aquele que integra os dois.

– Evoluir da fragilidade não significa agressividade. Significa vulnerabilidade, humanidade, profundidade, consciência e assertividade e força.
– Evoluir da agressividade, não significa fragilidade. Significa, TAMBÉM, vulnerabilidade, humanidade, profundidade, consciência e assertividade e força.

Saímos do saltitar de um extremo para o outro, para encontrarmos um outro lugar comum a ambos.
Curioso não é?

Nem um, nem o outro.
Mas sim, um terceiro 😉

Jo 💙

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