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100% de certeza, só no final.

100% de certeza, só no final.

Quando era pequena lembro-me do meu pai contar uma história sobre uma certa vez ter convidado uma pessoa para ser sua sócia num dos seus projetos profissionais.
Ao ouvir a ideia, essa pessoa disse: “Adorei a ideia, se tivesse 100% de certeza de que ia resultar, eu entrava no projeto contigo.
O meu pai respondeu: “Se eu tivesse 100% de certeza, não te convidava.

Sempre achei piada a esta história porque de facto, é muito difícil termos 100% de certeza sobre o que quer que seja, mas muito mais ainda sobre os nossos sonhos mais incríveis, sobre as nossas maiores fantasias, sobre o nosso potencial inexplorado.

É muito difícil ter 100% de certeza de que, se eu me lançar num negócio próprio, vai correr bem.
É muito difícil ter 100% de certeza de que, se eu me lançar numa nova relação, vai correr bem.
É muito difícil ter 100% de certeza de que, se eu finalmente decidir que está na hora de ser mãe, vai correr bem.

Posso acreditar que sim, posso desejar que sim, posso dar o meu melhor para que sim, mas saber, saber, com 100% de certeza, não há maneira de saber.

Ou melhor, há apenas uma única maneira de saber … fazendo.

Há coisas que só dá para saber, com 100% de certeza, depois. Em género de “se soubesse o que sei hoje” aí sim, claro, podemos fazer-nos valer das certezas, mas até ao ato consumado, são tudo pontos de interrogação.

E este é um sítio muito delicado para se estar.
Vejo-o todos os dias junto dos meus clientes. Procuram-me, por exemplo, para descobrir os seus novos propósitos de vida porque acreditam que ainda não os encontraram. Mas muitas são as vezes em que precisamos de pouco tempo de conversa para perceber que afinal sempre souberam qual era esse novo propósito. Ele esteve sempre ali de forma clara, à sua frente. O que não tinham, nem têm, é 100% de certeza de que é mesmo isso. O que não tinham, nem têm, é 100% de certeza de que, se por aí se lançarem, vai correr bem, de que vão ter sucesso. Não tinham, nem vão ter, caso o seu plano seja apenas continuar a pensar sobre o assunto.

Não é por pensamos mais que vamos ter mais certezas. Há um momento em que as certezas que tinhas que ter, já tens. Se temos 90% de certeza, mas estão a faltar-nos os 10% para arriscarmos, então podemos esperar sentad@s. Há um momento em que as certezas que me faltam só vão chegar do outro lado desta parede. Se arriscar. Se fizer. Se tentar. Se saltar.

Por isso, a questão que se coloca é: O que é que a pessoa que eu sou hoje, com os recursos que tenho hoje, com a sabedoria que tenho hoje e com a experiência de vida que tenho hoje, acredita que sou capaz de fazer?

Se tens 100% de certeza de que és capaz de dar o teu melhor, talvez isso tenha de ser, para já, o suficiente.
Se tens 100% de certeza de que, no mínimo, podes tentar, talvez isso tenha de ser, para já, o suficiente.
Se tens 100% de certeza de que no final, pelo menos, já sabes mais sobre ti mesm@, talvez isso tenha de ser, para já, o suficiente.

Porque do sítio onde estamos hoje, sobre como tudo vai correr no final, não conseguimos ter mais certezas do que as que temos agora.
É o que é.

E se queremos saber exactamente como a história vai acabar, temos de ir lá espreitar.
Mas primeiro, temos de saltar o muro de olhos fechados.

Para saber, saber … há que pagar para ver.

Jo 💙

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