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Faz o que tiveres de fazer para ser livre

Faz o que tiveres de fazer para ser livre

Há uns anos atrás estava a precisar, desesperadamente, de me libertar de uma situação da minha vida que insistia em regressar, apesar dos meus esforços.

O meu pai nessa altura olhou-me nos olhos e disse:

– “Joana, tu vais fazer o que tens de fazer para te libertares. Mas, se por um acaso, quando estiveres quase livre, essa situação ainda estiver agarrada à tua mão, nesse momento, nesse instante, lembra-te … é possível que chegues a um ponto em que a única forma de te libertares totalmente é cortares a tua própria mão. Se tiveres de cortar a tua própria mão para seres livre, não hesites. Corta.”

O meu pai sempre teve estas metáforas radicais para me ajudar a tomar decisões importantes.

Nunca mais me esqueci desse conselho.
“Se tiveres de cortar a tua própria mão para te libertares, corta.”

Claro que aqui a “mão” era um símbolo para todas as coisas que eu ainda valorizava mas que eventualmente iria ter de abdicar em prol da minha liberdade.

O que o meu pai me estava aqui a dizer é que, para ser livre e recomeçar a minha vida, precisava de aceitar que as coisas não iriam ser como antes. Havia coisas que eu estava a abdicar porque já não as queria, mas iria inevitavelmente haver coisas que eu teria de abdicar apesar de continuar a quere-las.

Algumas dessas coisas que eu teria de abdicar eram substituíveis e, passado algum tempo, dependendo da minha vontade poderia voltar a tê-las. Mas outras não. Outras coisas teria de dizer adeus para sempre, se esse fosse o preço da minha liberdade.

Claro que podes estar a ler isto e a pensar que isto são coisas de pessoas que valorizam muito a sua liberdade. E não estás enganado. A liberdade é dos meus valores mais importantes. Mas mesmo que não seja o teu caso, mesmo que ser livre não seja das coisas mais importantes para ti, há um certo nível de liberdade que é essencial para uma vida minimamente equilibrada.

Há um nível de liberdade mínimo que toda a gente precisa. Assim como há um nível de conexão mínimo. Um nível de segurança mínimo. Um nível de evolução mínimo. Ou um nível de respeito mínimo.

A minha ideia é que: Se já não estás bem há algum tempo em algum aspeto da tua vida, então algum destes mínimos está em falta. O teu papel é descobrires qual é. E, depois, desenvolveres esse mínimo que tu precisas, doa a quem doer.

Lembrando sempre que para qualquer mudança há coisas importantes das quais vais ter de abdicar. É assim mesmo. Não há como fugir. Mas, por favor, encontra esse mínimo e não abdiques dele por nada.

Esse mínimo é o ar que precisas para não sufocares numa existência sem sentido. E se chegar ao ponto em que tens de cortar a tua própria “mão” para o teres, não hesites.
Corta.

Bom dia!
Jo 

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