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Aqui não fico

Aqui não fico

Nunca me vou esquecer dos momentos da minha vida que mudaram tudo … os momentos em que tive a certeza absoluta, em todas as células do meu corpo, que se continuasse a fazer o que sempre tinha feito até então, que se naquele instante não tomasse a decisão que precisava de tomar e fizesse as mudanças que precisava de fazer, a minha vida iria continuar exatamente igual e eu não iria chegar onde queria e onde sabia que tinha o potencial de chegar.

Foram os momentos em que disse para mim própria:

“Eu sei, dentro de mim, que se não fizer alguma coisa hoje, neste momento, vou chegar a casa e as coisas vão ficar exatamente iguais. Nada vai mudar hoje, nada vai mudar daqui a 10 dias, nada vai mudar daqui a 10 anos e eu preciso que a minha vida mude … preciso tanto…”.

São os instantes em que precisas tanto dessa mudança como precisas de ar, como precisas de calor, como precisas de amor e sabes que essa mudança só vai acontecer se tu decidires que desta vez vais tocar uma música diferente.

Acredito que a vida nos presenteia com essas oportunidades … as oportunidades que nos são entregues para transformarmos aquilo que vai trazer um novo rumo à nossa vida e levar-nos exatamente para onde é suposto irmos. Propostas únicas que nos afastam do “sofrimento de uma alma que perdeu o seu Sentido” (Jung) e que nos trazem de volta ao propósito singular da nossa existência em qualquer área de vida.

Lembro-me desses momentos chave e da coragem que foi necessária para rodar o volante da vida ao mesmo tempo que puxava o travão de mão e simplesmente acreditar que, mesmo que aquela volta de 180 graus não me levasse para onde queria ir, no mínimo iria levar-me para longe daqui, do lugar onde já não queria estar.

Ontem à noite, no cinema, disse: “Adorava saber conduzir assim” … Parece que afinal já sei 🙂 só não sou grande coisa a estacionar, o que quer que isso possa significar 🙂

Desejo-te uma linda noite … e já sabes … não dá para conduzir com um pé no travão e outro no acelerador.

Boa viagem

Jo ♥

 

Photo by: Hugo Macedo

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