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Autosabotagem – Uma grande amiga

Autosabotagem – Uma grande amiga

Querida amiga, Autosabotagem:

Há muito tempo que não te via, há mais de um ano para ser precisa.
Devo confessar que pensava que te tinhas ido embora definitivamente e que nunca mais teria o “prazer” da tua companhia. No último ano, aprendi a viver sem ti. Não foi fácil, é verdade. Aconteceram muitas coisas na minha vida pessoal e profissional, mais do que seria possível partilhar contigo nesta carta. Foram meses desafiantes, não vou mentir. Dei muito de mim e abdiquei de muitas coisas para colocar em prática todos os meus planos. Mas, hoje posso dizer-te que estou super Feliz.

Nas últimas semanas, tornei a ver-te e senti que te querias voltar a aproximar.
Apesar da tua ausência, nunca me esqueci de ti … estiveste sempre presente nos meus pensamentos e, muitas vezes, fizeste-te acompanhar do teu primo direito o “Medo”.  Penso que se falasses com ele (“Medo”), ele te diria que tenho andado distante e em certa medida a ignorá-lo de forma evidente. Na verdade, sei que ele está ao meu lado, mas tenho escolhido não lhe dar a importância de outros tempos.

Sabes … tu e o “Medo” foram os meus maiores amigos durante grande parte da minha vida e acompanharam-me tanto nos momentos difíceis como nos momentos surpreendentes e de alegria. Nunca me vou esquecer do que fizeram, do que me ensinaram e da forma como me ajudaram a crescer e a conhecer-me a mim mesma. Mas, escrevo-te esta carta com um objetivo. Sabes como eu sou … gosto sempre de ter um objetivo, mesmo que, no nosso tempo, por vezes fingisse que não me importava com eles.

Com esta carta pretendo despedir-me de ti. Não gosto de despedidas, nem de coisas definitivas, mas neste momento acredito que é o melhor para mim. Vou ter saudades dos tempos em que me ajudaste a ficar calma e a evitar desafios, mas hoje acredito que estou preparada para avançar sozinha. Estou muito grata por tudo o que vivi contigo e graças a ti dou muito mais valor à “Determinação”, agora mais presente na minha vida. Deves saber quem é porque ambas servem a mesma pessoa.

O meu sonho é que um dia, mesmo que me volte a tentar aproximar de ti, tu me digas que já não é possível termos uma relação de amizade. Desejo-te o que de melhor se pode desejar a uma velha amiga e sei que me desejas o mesmo a mim. Prometo não desiludir.

Um beijinho,
Joana

 

17 Comments
  • Paula Lopes
    Posted at 14:17h, 23 Março

    Fantastica esta Carta! Obrigada Joana,acho que a vou reler muitas vezes…

  • Filipa
    Posted at 20:29h, 30 Dezembro

    Adorei a forma como descreve o medo, obrigada Querida Joana, beijinhos

  • David
    Posted at 02:22h, 26 Dezembro

    Sabe, Joana?!, venho projetando isso faz tempo. Às vezes sinto que estou muito próximo de realizar este grande evento em minha vida. Outras vezes, sinto-me incapacitado de fazer isso. De qualquer maneira, sei que estou muito próximo de fazer essa despedida. De uma coisa eu sei: o tempo urge pra mim. Post deveras inspirador.

  • Suzel
    Posted at 14:04h, 11 Junho

    Muito bom!!! É exactamente isso que preciso fazer. Com a sua licença, vou copiar a carta para enviar para a minha amiguinha pedindo para ela seguir o seu rumo e deixar-me seguir o meu.

  • Maria José Tenreiro
    Posted at 13:29h, 30 Maio

    Conheço muito bem essa dupla dinâmica mas já consigo pensar que são meus amigos, pois o principal objetivo que têm é o de impulsionar-me para avançar… Tenho aprendido muito com eles…

  • Elisabeth
    Posted at 16:13h, 06 Fevereiro

    oH! querida Coash Joana,gostei muito de sua carta. realmente a sabotagem e o medo agem de maneira sutil e com muita força. Quero acabar com eles da minha vida. Quero fincar meus objetivos com clareza e decisão no chão da minha vida. Esta carta está me iluminando minha consciência das coisa que fazem sentido.. Joana, obrigada. Um abraço da Elisabeth

  • Heinz Robert Hoster
    Posted at 14:58h, 06 Fevereiro

    Olá Joana! Muito criativa esta forma de abordagem sobre um tema bem conhecido de todos nos. Parabéns! Saudações, Robert

  • Ana Paula
    Posted at 16:37h, 05 Fevereiro

    Meu sonho é conseguir me despedir da autosabotagem. Tem sido difícil viver com ela.

  • Maria Tereza
    Posted at 00:11h, 03 Fevereiro

    Obrigada Joana! Descobri que tenho essa amiga em comum, e que me faria muito bem afastar-me dela. Vou me esforçar pra me tornar independente dela.

  • Regina
    Posted at 19:38h, 31 Janeiro

    Lendo seu texto tao meigo e gentil, não sei como a autosabotagem admitiu cortar relaçoes com voce. Eu gostaria de ter essa inspiraçao , nao só para escrever, mas cortar relaçoes definitivas com essa Senhora. Mas infelizmente ela e o primo ainda estao me acorrentando. Porem eu estou ficando forte e ainda vou vencer esta luta. Muito bom seu texto. Parabens. Beijinhos

  • Raquel
    Posted at 12:02h, 31 Janeiro

    Joana, obrigada pela carta.

    Com a leitura dela pude refletir e perceber que nem sempre aqueles que nos acompanham por vários anos se revelam como nossos verdadeiros amigos. Ademais, puder perceber nas entrelinhas o quão importante é saber dizer não, ainda que seja para um velho amigo. Obrigada por proporcionar esse entendimento.

  • Vanessa Martis
    Posted at 10:28h, 31 Janeiro

    Muito obrigada. Infelizmente, ambos já fizeram uma longa jornada acompanhando-me. É uma excelente forma de lidar com algo, que facilmente se apodera de nós mas, verdade deve ser dita, se nós o permitir-mos. Boa forma de os encarar.

    Obrigada Joana por esta carta e, por todas as outra mensagens que são sempre oportunas e assertivas.

    Com os melhores cumprimentos
    Vanessa

  • Maria Rosario Costa
    Posted at 12:19h, 13 Janeiro

    O medo faz-nos ficar parados e ver os outros avançar, começando a fazer-se acompanhar pela autossabotagem. É preciso acreditar e eu acredito. Obrigada Joana por manteres-me sempre em alerta. Beijinhos

  • Nuno Vibra
    Posted at 11:01h, 05 Dezembro

    Tão simples e tão Poderoso! Brutal Joana:) Keep spreading Your beautiful LIGHT****

  • Eunice Pilar
    Posted at 19:48h, 28 Novembro

    A autosabotagem é como se dessemos um tiro no pé. Fica uma sensação de vazio e de fracasso, por não conseguirmos fazer o que deveríamos fazer. Esse modo sereno de tratá-la alivia a alma. Obrigada e parabéns.

  • Madalena
    Posted at 11:46h, 21 Novembro

    Gosto muito, Joana! Acho que o género epistolar ajuda muito a criar uma intimidade que nos desvenda sempre com prudência e pudor. Conheço bem o Medo. Quanto à prima, presumo que tenha já privado com ela. Vou tentar aprender com a Joana. Não sei se vou a tempo, mas quero!
    Beijinho

  • Alberto Melo
    Posted at 22:16h, 22 Maio

    Muito Bom! Grande imaginação grande proposta em termos muito positivos sem magoas nem dramas. Conheço muitas pessoas que deviam ler isto muitas vezes. Parabens