Sensibilidade não é fraqueza

E eis o resultado. Uma sociedade doente em tantos aspetos.
E atenção, que quando me refiro a sociedade, não estou a falar de um manto coletivo do qual não faço parte. Estou a falar de mim, de ti e da maior parte das pessoas que conhecemos.

Eu própria, todos os dias, sinto a resistência de dar espaço aos meus atributos mais emocionais, mais subjetivos, mais lentos, mais subtis, mais intuitivos, mais simbólicos, mais introvertidos. Tudo dentro de mim, e à minha volta, me chama para fora, me chama para ser mais produtiva, me chama para ser mais lógica. E por isso emocionalidade deveria ser mais confundida com coragem do que com fraqueza.

Esta pressão silenciosa e inconsciente, esta unilateralidade, está a criar muita da nossa neurose coletiva e penso que temos de agir. E agir rapidamente.

E claro, que o melhor é sempre colocarmo-nos em causa. Mudar o mundo começando por mim.

E fazê-lo é a aceitar a minha própria emocionalidade. É alimentar a minha sensibilidade e a dos que me rodeiam. É observar os seus benefícios. É ver a força interior que é necessária para sentir o que sinto e expressá-lo, doa a quem doer. É transformar o mundo através das minhas lágrimas e daquilo que me revolta. É ser incapaz de ignorar as injustiças. É ter a coragem de ser fiel às minhas convicções. É ser coerente. É ser tudo menos fraco. É ser verdadeiro.

Isso é mudar o mundo começando por mim. Mudar o rumo das coisas, mudando o rumo das nossas vidas. Uma pequena decisão de cada vez.

Desejo-te um dia bonito cheio de coragem para seres tão emocional como na verdade és.

Jo ?