03 Set A matéria de que são feitos os sonhos
Há dias em que me apetece gritar.
Estou a lutar pelos meus sonhos.
Sonhos que quero para mim e para a minha filha.
Tanto que quase que consigo senti-los aqui, na ponta dos dedos.
Mas ainda não consigo agarrá-los.
Estou tão quase.
Mas ainda não cheguei.
Consigo vê-los, cheirá-los, senti-los.
Todos os dias me levanto e escolho acreditar que sim.
Que sou capaz.
Que estou no caminho certo.
Que a cada momento me torno na pessoa que preciso de ser para escrever uma história diferente.
Mas esse acreditar implica esforço.
Esse acreditar obriga-me a ter uma ação deliberada e consciente a cada passo.
Há dias em que me sinto como um carrinho de supermercado com as rodas empenadas. A todo o instante tenho de fazer um esforço intencional para me manter na rota certa. Porque se relaxar, se deixar as coisas simplesmente andarem por si, a tendência vai ser inclinar para a direita ou para a esquerda e ir contra uma palete de papel higiénico.
Há dias em que acreditar custa mais.
Em que precisava de ver um indício qualquer, uma prova, um prenúncio de recompensa.
Lembro-me bem, quando era atleta, daquela sensação de terminar a última curva e vislumbrar finalmente a reta da meta.
Havia qualquer coisa de alento ali.
Naquele momento em que avistava, ao de longe, o fim.
Há dias em que me apetece gritar.
Porque me faz falta esse alento.
Essa confirmação de que o futuro já existe em cada ação que manifesto hoje.
Ao mesmo tempo sei que é desta matéria de são feitos os sonhos.
São feitos de acreditar em algo que ainda não existe.
São feitos de acreditar que a vida dá uma mão.
São feitos de acreditar na capacidade que tenho para fazer a minha parte.
Que assim seja.
Com amor,
Jo 🩵
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