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Less drama, please!

Less drama, please!

Aqui há uns meses partilhei com alguém uma antiga memória de criança na qual eu falava com o meu pai sobre qual era o grande sonho que eu tinha para a minha vida. Para o meu futuro, quando fosse grande.

Nessa memória eu dizia ao meu pai que: “O meu grande sonho é ter uma vida normal.” Só isso. Uma vida normal.

Quando contei esta memória a esta pessoa, e expliquei exatamente o que, nessa altura, eu queria dizer com “uma vida normal” ele respondeu: “Consigo imaginar-te a dizer isso. Tu ainda és assim. O que tu mais queres é uma vida com o mínimo de stress possível.”

Quando o ouvi a dizer isso: “uma vida com o mínimo de stress”, pensei: “É isso!” Se há coisa que me tira do meu centro é o stress ou, por outras palavras, o drama.

E acredito que esta é uma das principais e mais destrutivas adições do ser humano. Estamos, coletivamente, viciados em drama. Pelo menos é o que observo em meu redor. E quanto mais crio para mim uma vida livre de stress, ou drama, mais sensível fico ao drama dos outros.

Acredito que o drama é de tal forma viciante que quando está tudo bem, chegamos a inventar problemas para podermos ter o dito drama. Aliás, as audiências dos telejornais e de outros meios de entretenimento explicam-se dessa maneira.

Ou é porque não mandou mensagem ou, se mandou, é porque não colocou um emoji ou, se colocou um emoji, não foi o emoji certo ou, se foi o emoji certo, o que será que quer dizer com isso, e quem é que ele pensa que é?

Ou é porque o vizinho estacionou mal o carro, ou porque não estacionou mas está em segunda fila, ou estacionou bem, mas o carro apita cada vez que é fechado, ou não apita, mas chega tarde e a más horas e chama o elevador.

Ou é porque as pessoas não usam máscara, mas se usam não deviam mexer na cara, mas se mexem deviam desinfetar as mãos, mas se é para desinfetar, agora todas as lojas querem que eu desinfete, mas acabei de desinfetar na outra loja aqui ao lado, mas ……… que stressssssss.

E não me interpretes mal. É impossível ter uma vida 100% livre de drama. Mas se é para ter drama, porque é inevitável, ao menos que seja drama que valha a pena.

Há uns tempos uma pessoa escreveu um post a dizer mal de mim nas redes sociais. Literalmente, escreveu um post com o meu nome a dizer mal de mim. Ou pelo menos eu interpretei assim. No momento em que vi o post senti-me triste, mas imediatamente veio-me uma frase à cabeça que foi: “Foda-se a minha mãe está com cancro, caraças!!!”

E como se nada fosse, a tristeza que deu o ar da sua graça por causa do post, evaporou-se pela presença evidente de um drama de facto relevante. Esta frase fez tanta diferença, que ainda hoje a repito quando me sinto a ser inundada pelo drama idiota e sem fundamento. Palavrão e tudo 😆

Pergunto tantas vezes isto aos meus clientes: “Se agora descobrisses algo realmente grave, isto continuava a incomodar-te?” E a resposta é 100% das vezes, um categórico “Não”.

Pelo contrário, se agora surgisse um problema realmente dramático iríamos desejar voltar aos “problemas” que tínhamos antes.

Por isso, sinto, com todo o meu coração e sinceridade, que muitos de nós ficaríamos muito melhores se começássemos a fazer uma desintoxicação de drama. Acho que vou criar um movimento de #zerodrama ahahahah.

Como nunca se sabe se a qualquer momento vou receber um telefonema daqueles que ninguém quer receber, prefiro guardar o meu stress para coisas que valham realmente a pena. Como diz o Rui Veloso na sua música “Jura”, “Se tiver de ser, ao menos que valha a pena”.

E nos entretantos, enquanto a minha vida (felizmente) não tem problemas pelos quais valha a pena perder o sono, vou protegendo a minha energia do drama alheio e vivendo os meus dias da melhor maneira que sei.

Mas, claro, esta é só a minha visão atual das coisas. Se tens outra visão, no problem. Zero drama 😉

Boa desintoxicação. Boa semana.
Jo 💙

PS – Felizmente a minha mãe está ótima, linda e melhor do que nunca 🙏

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