29 Set A missão é uma benção. A missão é uma prisão.
A missão é uma benção.
A missão é uma maldição.
A missão é uma libertação.
A missão é uma prisão.
Eis algo que só se descobre quando se dedica a vida ao nosso propósito de vida … podemos ser consumidos por ele. Engolidos. Devorados.
Viver a vida com o nosso propósito de vida é muito mais do que fazer algo que se gosta. É uma filosofia de vida que se adopta. Uma maneira de estar. Uma maneira de ser.
Quando vivo a vida com o meu propósito de vida eu assumo uma responsabilidade de ser coerente com esse propósito a toda a hora. De ser um exemplo daquilo em que acredito e da mensagem que quero que a minha vida represente.
Essa é, aliás, uma das perguntas que se costuma fazer, quando se está a tentar ajudar outra pessoa a descobrir a sua missão. “Se a tua vida representasse uma mensagem, que mensagem gostarias que fosse?”
Se a tua vida representasse … a tua vida. Ora aí está o grande compromisso e que, eventualmente, se torna uma prisão.
Uma vez que descobres o teu propósito, e entregas a tua vida a ele, passa a ser-te exigido (acima de tudo por ti, mas não só), que sejas incorruptivelmente integro, coerente e escrupuloso.
E de repente (podes) dar por ti, com vontade de fazer algo que não deves, apenas porque não está alinhado com tudo o que defendes. Esse é o dia em que percebes que criaste uma prisão para ti mesmo. Esse é o dia em que percebes que perdeste, algures ao longo do caminho, o estatuto de humano. Esse é o dia em que o encantamento da missão se desvanece e surge o presente envenenado da maldição. Esse é um dia importante. É o estranho dia em que é a tua incorruptibilidade que te começa a corromper.
É nesse momento que (podes) deixar de amar o teu propósito e onde antes brotavam flores começa a nascer um deserto vazio e árido.
Mas para toda a maldição há uma solução. Uma oração, uma poção, uma invocação. Neste caso é a afirmação de que a nossa fidelidade é, primeiro que tudo, para com a nossa verdade cardinal.
E essa verdade superior é mutável, é orgânica e carece de um constante retomar. Uma espécie de picar o ponto, para confirmar onde ainda estamos, onde ainda nos encontramos, o que ainda consideramos. Ou, pelo menos, o que consideram também as outras partes de nós que compõem a assembleia da nossa existência.
E depois, aí sim, escolher o caminho, tomar a decisão. A nossa verdade guia é mais mutável que o nosso propósito. E é ela, sempre ela, que sabe qual é o nosso caminho de bliss.
Boa semana.
Jo 💙
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