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Mais velho não significa mais consciente

Mais velho não significa mais consciente

Há uns tempos alguém me perguntou se a idade implica necessariamente maior maturidade espiritual. Maior nível de consciência.

Por um lado acredito que há coisas que só conseguimos obter com tempo, com os anos a passarem por nós.

Por exemplo, acredito que há uma auto-confiança que só vem com a idade. Aquela auto-confiança de chegar ao ponto de já me estar a borrifar para aquilo que os outros possam pensar. Vejo-o a surgir em mim e já o observei em muitos dos meus amigos e clientes mais velhos que eu. Há, por isso, uma maturidade que só vem com o tempo.

Por outro lado, acredito que há áreas em que simplesmente temos mais dificuldade em amadurecer. Vejo pessoas à minha volta com 60 anos a ter atitudes de miúdos de 15 anos. Quando os vejo a fazer essas patetices, pergunto-me: Como é que com esta idade ainda estás aí? Normalmente não são assim de forma geral, mas apenas nesta ou naquela área em que sempre tiveram mais dificuldades.

Há quem defenda que chega a um momento das nossas vidas, uma certa idade, em que começamos a cristalizar e a nossa evolução passa a ser insignificante ou até nula. Acredito que isso é o que acontece na maioria dos casos. Mas também acredito que cada um tem uma palavra a dizer sobre isso. Sobre se vai cristalizar ou não. Sobre se quer continuar a crescer e aprender ou não. Nenhuma das opções é certa ou errada. Cada um saberá o que é melhor para si.

Mas depois ainda há uma 3ª perspectiva sobre tudo isto. Talvez seja a pior notícia de todas.

E a perspectiva é que … podemos regredir. A nossa maturidade espiritual não é linear. Não é um dado adquirido. E o percurso de evolução de nível de consciência que fizemos pode ser perdido. Já o vi a acontecer várias vezes.

Situações em que chegamos a um certo ponto do nosso crescimento espiritual e nos deparamos com uma barreira, um mecanismo de defesa qualquer. E, nesse momento, fazemos travagem às quatro rodas e depois invertemos a marcha. Recusamos a continuação da jornada e, colocamos em causa a jornada que fizemos até aqui. Tudo por causa de nos termos deparado com um novo medo. Um medo surpreendente, incalculável, inesperado e demasiado grande.

Esse é o momento em que corremos o risco de regredir. O momento em que, por receio de avançar mais um pouco, decidimos que toda a viagem foi um erro e viramos costas ao caminho. Voltamos para trás. Regredimos.

Claro que nada (ou muito pouca coisa) é definitiva. Podemos sempre regredir um pouco só para recuperar forças à distância, num lugar onde nos sentimos seguros, apenas para voltar à viagem que acreditamos estar aqui para fazer.

Há mesmo muitas versões da mesma história.
Tantas versões como vidas na terra.

Desejo-te uma linda quarta-feira, alinhada com a melhor versão da tua história.

Jo ?

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