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As nossas pequenas compulsões

As nossas pequenas compulsões

No outro dia dei por mim a perceber que a maior parte de nós tem as suas pequenas (ou grandes) compulsões.

Coisas que fazemos, quase sem pensar, para nos anestesiarmos daquilo que estamos a sentir e que não conseguimos suportar.

Para algumas pessoas é comer até rebentar.
Para outras pessoas é a fofoca e o dizer mal dos outros, do estado ou de qualquer outra coisa.
Para algumas é tomar uma qualquer substância que altere o seu estado de consciência. Pode ser álcool, pode ser tabaco, pode ser cannabis, pode ser comprimidos (sim, estão todos na mesma frase ?).
Para outras é adotar algum tipo de comportamento destrutivo como a vitimização ou a agressividade.

Todos nós temos os nossos pequenos hábitos compulsivos. E digo compulsivos porque recorremos a eles não de forma consciente, tipo: “Agora vou escolher conscientemente fazer isto mesmo sabendo que me faz mal, mas apetece-me.”

Mas de forma inconsciente, tipo: “Nem reparei que estou a fazer, ou reparei que estou a fazer mas não consegui resistir porque preciso de camuflar todo um outro enredo que se estava a formar na minha cabeça.”

Não estou obviamente aqui a falar de pessoas com patologia obsessiva-compulsiva, isso é outra conversa. Estou a falar de pessoas saudáveis, como eu e tu que temos de lidar diariamente com emoções difíceis e que usamos estes pequenos hábitos como estratégia de coping.

Uma das minhas pequenas compulsões é a limpeza. Quando dou por mim a ser inundada por emoções avassaladoras, levanto-me da cadeira e vou limpar o que quer que seja, onde quer que seja.

Chego a limpar a cozinha na casa de outras pessoas, se é lá que as emoções me invadem ?? Não sou uma freek das limpezas, aliás neste momento a minha cozinha não seria exemplo de capa de revista, mas há certos momentos em que, quando bate aquela emoção difícil, lá estou eu de pano na mão.

Dei por mim a refletir sobre o que aconteceria se decidissemos não ceder a essa compulsãozinha, a essa anestesiazinha e ficassemos ali na emoção.

O que tenho aprendido é que, quando consigo resistir e sentir o que tenho de sentir, aprendo muito sobre mim. Aprendo muito sobre o que se passa e … o melhor de tudo … sobre como o posso resolver realmente. Claro que nem sempre consigo fazê-lo. Claro que nem sempre é bom momento para o fazer. Há alturas em que o melhor para mim é encontrar uma estratégia de coping. Mas quando funciona, é sempre revelador.

Só tu sabes quais são as tuas pequenas compulsões. A minha sugestão é que escolhas uma delas, a mais fácil, e nos próximos dias digas “Não”. A ideia é que experimentes não ceder e lidar com o que realmente está a acontecer dentro de ti. Fica aí, com essa emoção e ouve o que ela tem para te dizer. Pode ser que te surpreendas.

Desejo-te um fantástico dia, cheio de boas emoções!

Jo ?

PS – se te apetecer partilha aí as tuas pequenas compulsões para eu não me sentir sozinha ?

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