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Sê tolerante com as tuas emoções

Sê tolerante com as tuas emoções

Gostava mesmo de partilhar contigo hoje uma distinção muito importante.

A distinção entre emoção e comportamento.

Eu sei que à primeira vista parece óbvio, emoção e comportamento não tem nada a ver uma coisa com a outra. Mas depois na prática, cá dentro das nossas cabeças, as coisas são confundidas muitas vezes.

Essa é a minha experiência como pessoa que tem cabeça ? e é a minha experiência como pessoa que adora conversar com outros seres humanos.

Há uns dias ouvi uma frase: “Ter ciúmes é absurdo”. Há uns anos recebi um comentário numa publicação que dizia: “Ninguém deveria sentir raiva”. Diariamente oiço pessoas dizerem: “Não devia sentir isto ou aquilo porque não faz sentido nenhum”.

Mas a grande novidade é que as emoções não são lógica, emoções são emoções. Surgem dentro de nós pelas mais variadíssimas razões e muitas vezes não batem certo com aquilo que pensamos. Sentimos algo que não corresponde de todo ao que nós somos, nem ao que valorizamos. Mas as emoções são isso mesmo: ilógicas e por isso não têm de fazer sentido.

Agora, outra coisa completamente diferente, são os nossos comportamentos. Esses sim devem fazer algum sentido, devem estar submetidos a alguma reflexão e, para nossa conveniência, é bom que tenham alguma lógica.

O que quero dizer é que sentir ciúmes, ou raiva, ou medo, ou inveja, ou qualquer outra emoção não é absurdo. Sentires as emoções que sentes é humano pelo simples facto de que sentir emoções (no geral) é uma capacidade humana.

Agora o que vais fazer com essas emoções é que pode ser absurdo ou não. Uma coisa é a emoção ciúme, outra coisa é o comportamento que vais ter ”justificado” pela emoção. Uma coisa é a emoção raiva, outra coisa é a atitude que vais ter por causa de sentires raiva. Uma coisa é ter medo, outra completamente diferente é como vais tomar decisões na tua vida de acordo com essa emoção. E por aí fora.

Vejo muitas pessoas, e eu mesma, a julgarmo-nos pelas emoções que temos e isso é de uma grande injustiça. Pensar sobre elas, sim. Refletir sobre porque repetidamente sinto esta ou aquela emoção, claro. Perceber de que forma certas emoções me estão a dificultar a vida, sem dúvida. Mas lembra-te: tu não és a tua emoção. As outras pessoas não são as suas emoções. Por isso não te julgues pelas tuas emoções, nem julgues as outras pessoas pelas delas.

Sê assertivo e intransigente até, relativamente aos comportamentos. Os teus e os dos outros. Mas sê tolerante relativamente às emoções. As tuas e as dos outros.

Tem um dia bonito, ser humano com cabeça ?

Jo ?

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