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Tu tens um ângulo morto

Tu tens um ângulo morto

Estive 3 anos sedentária. Numa fase em que a minha carreira era o foco principal da minha vida e estava a dar 8/9h de coaching por dia, decidi não exigir mais nada de mim. Coloquei todas as fichas na mesa na área da carreira, apostei tudo e cheguei exatamente onde quis. Adorei!

O ano passado, depois de viajar o mundo e trabalhar ao mesmo tempo decidi que estava finalmente na hora de reduzir o número de horas de trabalho e dar um pouco mais de atenção a outras áreas de vida. Diminuí significativamente o número de clientes ativos e, depois de uns meses a precisar de utilizar o tempo livre para simplesmente vegetar, comecei finalmente a recuperar energias. Comecei finalmente a sentir-me um ser humano normal outra vez. E nesse momento em que começou a sobrar Joana para outras coisas para além da carreira comecei a enriquecer a minha vida com outras áreas, nomeadamente o regresso ao exercício físico.

Até aqui são tudo boas notícias … a má notícia é que encontrei uma Joana sedentária quando comecei a mexer o corpo e a sensação não foi nada boa. Durante 11 anos fui atleta de competição. Depois, durante 7 anos, trabalhei na área do fitness. Numa sala de aula de grupo era sempre a aluna mais preparada fisicamente para o que fosse. Hoje em dia, as senhoras idosas da aula parecem contorcionistas profissionais ao pé de mim.

Eu sei que deves estar a rir, porque até tem piada, mas isto foi um choque para mim. Como sou naturalmente magra, não fazia ideia de quão mal estava fisicamente. Estava completamente inconsciente em relação à minha má forma física. Achava que quando voltasse à atividade física as coisas iam estar todas mais ou menos na mesma. Talvez a minha resistência e força diminuíssem, mas de resto estaria tudo normal. Mas não. Há coisas básicas que simplesmente deixei de conseguir fazer, para não falar das dores articulares associadas à árdua tarefa que é basicamente … mexer o raio do corpo (pronto agora eu também me estou a rir ?).

O mais chocante para mim é: “Como é que eu não sabia?”
Como é que eu não tinha noção de como estava afinal? Como é que é possível eu estar tão INCONSCIENTE em relação a algo sobre mim? Teoricamente eu deveria ser a pessoa que melhor me conhece, certo? Mas afinal, pelo menos nesta área, tinha um ângulo morto. Havia algo a acontecer comigo e eu simplesmente não estava a ver. Isto é assustador.

Fez-me lembrar situações em que contacto com pessoas que acreditam que são de uma maneira e não têm qualquer noção que afinal são de outra maneira. Acham-se simpáticos, mas nunca sorriem. Acham-se magros, mas têm obviamente 10 quilos a mais. Acham que dão muito aos outros, mas só falam deles próprios. Acham que trabalham muito, mas ao fim do dia não produziram quase nada. E por aí fora. Os exemplos são diários.

Fiquei sempre espantada quando me deparava com situações destas. “Como é que esta pessoa não vê?”, pensava eu incrédula. Mas afinal estava a acontecer comigo.

Por isso, hoje a mensagem é: “Será que estás mesmo consciente de quem realmente és atualmente em cada área da tua vida?”. A sugestão é que vás lá e confirmes. Como podes ver, às vezes estamos enganados em relação a nós mesmos. É que, se continuares assim, inconsciente em relação a algo, daqui a 1 mês, 1 ano ou 10 anos as coisas vão estar muito diferentes do que quando as deixaste. Nessa altura pode ser que ainda vás a tempo de colocar tudo como estava. Podes ser que tenhas essa sorte. Pode ser que não.

Eu espero ainda ir a tempo de me conseguir mexer sem doer ahahahahah!!

Bom, vou treinar!
Até já!
Jo ?

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