22 Dez Amor e Tolerância
Hoje cheguei ao escritório pouco antes das 13h e estacionei entre dois carros num lugar bem apertadinho. Quando saí depois das sessões, às 21h, tinha o limpa para-brisas levantado e um bilhetinho a dizer “aprenda a estacionar”.
Realmente quando olhei para o meu carro ele estava estacionado de maneira que parecia que estava a ocupar dois lugares. Pelos vistos ao longo da tarde, com carros a entrar e a sair, os outros condutores estacionaram de forma a que o meu carro, ali parado há 8h, parecia ter sido negligentemente abandonado a ocupar duas vagas 🙂
Dei por mim no caminho até casa a pensar neste tipo de situações e lembrei-me de outros exemplos …
Há vários anos atras, quando ainda trabalhava num ginásio, sugeri simpaticamente a um cliente, altamente dedicado à sua corrida, que trocasse a sua t-shirt antes de começar o seu treino de força nas máquinas de musculação. Passado uns minutos veio ofendido dizer-me que havia mais pessoas suadas nas máquinas e que eu apenas o tinha abordado a ele com aquele tema. Pelos vistos ele tinha percebido que a minha intenção era proteger as máquinas de musculação do seu suor, quando a minha intenção era protege-lo a ele de uma constipação como consequência de ir fazer treino de força com a t-shirt ensopada em suor. Embaraçado, apressou-se a pedir desculpa pelo mal entendido quando lhe expliquei o que pretendia com o meu conselho.
Há umas semanas visitei uns amigos e, conversa puxa conversa, fofoca puxa fofoca, começaram a contar-me que alguém lhes tinha contado que a pessoa X (nossa conhecida) tinha traído o namorado durante um ano, antes de finalmente terminarem a relação. “Coitado dele”, diziam. Há muitos anos que não dou energia a este tipo de conversa porque não vejo grande benefício em falar da vida e das escolhas dos outros. Primeiro porque não tenho nada a ver com isso e, depois, porque eu própria já fui acusada injustamente de trair um namorado, pelo próprio e pelas outras várias pessoas a quem ele, vitimizando-se, contou a sua versão invertida da história.
Tenho refletido algumas vezes sobre a quantidade de vezes que nos julgamos uns aos outros injustamente apenas porque escolhemos ver a vida de forma negativa. A verdade é que nem sempre aquilo que vemos ou ouvimos corresponde à verdade, ou simplesmente à “verdade” que escolhemos acreditar. O que será que leva alguém a pensar o pior dos outros, sem colocar a hipótese de que, talvez, a situação não seja exatamente como nos parece ser a olho nu, ou à primeira vista, ou como nos contaram. Claro que depois é um ciclo vicioso … quanto mais me foco no pior das pessoas, das situações, da vida, mais elas me parecem escolher especialmente a mim para me incomodar nos piores momentos.
Este raciocínio tem me acompanhado nos últimos anos …
Não assumir o pior das pessoas, assumir que cada um de nós está a fazer o melhor que sabe a cada momento, que o mundo não anda por aí a viver para me tramar, que eu não sou o centro de todas conspirações, que o que as pessoas fazem e o que elas são nem sempre é a mesma coisa e, principalmente que a minha necessidade de dar lições de moral às outras pessoas pode apenas representar falta de algo mais interessante para focar a minha atenção na minha própria vida.
Correndo o risco de estar eu própria a julgar os julgadores e a mim própria 🙂 acho que estas pequenas histórias podem servir-nos de exemplo para que abordemos as nossa vidas com mais tolerância. Sei que me tenho esforçado bastante para tal nos últimos anos e só tenho tido vantagens com isso. Quando percebemos o mundo com uma perspectiva amorosa e tolerante é isso que vamos receber … Amor e Tolerância.
É isso mesmo que te desejo 🙂 Amor e Tolerância
Jo ♥
Abílio Tomé António Samuel
Posted at 18:23h, 12 JaneiroDevemos cultivar a aceitação, perdão e tolerância, sei que o meu país pagou muito caro com a intolerancia politica (morreram milhares de pessoas outras mutiladas, umas abandonadas e paralíticos para sempre), pelo que o relacionamento pacífico, o amor e a dignidade humana deve ser ensinado no lar, na escola, nas organizações e nas comunidades. Mas será que a tolerância deve ter limites?
A lei e a ordem não é para ser mantida a ferro e fogo, as sociedades devem estabelecem limites razoáveis quanto ao comportamento das pessoas.
O amor, o segredo para ser mais tolerante, faz com que aceitemos e tratemos bem os outros, apesar de seus defeitos e idiossincrasias. Colossenses 3:13 diz: “Continuem a suportar uns aos outros e a perdoar uns aos outros liberalmente, mesmo que alguém tenha razão para queixa contra outro.”
abilio Tomé
Alcinda
Posted at 21:30h, 29 DezembroMuito obrigada Joana pela partilha
Faz tudo o sentido e é nesse ponto que estou a trabalhar.
Um próspero Ano 2017.
Que faças tudo o que fizer mais sentido.
Beijinhos
Alcinda
Mónica Canhoto
Posted at 15:54h, 23 DezembroAdorei!!!
Tão verdade!
Obrigada! Bjs
<3
João Fernandes
Posted at 20:58h, 22 DezembroObrigada,Joana. Desejo-te o amor que me desejas a mim, em triplicado. Penso que é algo que só agora consegui com 43 anos de idade, entender o seu verdadeiro significado. Ainda estou a aprender e tentar retribuir de igual forma. Tenho muito medo de pedir a tua ajuda e depois falhar no que eu tenho que fazer para retribuir em retorno. Por isso é que tenho adiado em pedir a ajuda que tens oferecido. Eu vivo em Coimbra e isso de momento dificulta o contato. Mas se nós continuaremos a falar talvez em algum ponto te consiga dar informação suficiente para que se possa ver o que é possível fazer. Penso que, provavelmente tenha que ser numa entrevista pessoalmente mas eu de momento não sei como fazer. Talvez porque tenho dificuldade em pedir e aceitar ajuda. Desejo-te um feliz natal e um próspero ano novo. Muito amor e muita paz. Até breve.
olinda marques
Posted at 16:59h, 22 DezembroConcordo plenamente consigo. E sejamos os primeiros a ser a mudança que queremos ver nas nossas vidas e ou nosso redor. Feliz Natal
João Garcia de Campos João Porecatu
Posted at 14:28h, 22 DezembroGosto muito de seus artigos e recomendei para uma amiga psicóloga minha vizinha que é portuguesa e anualmente vai a Portugal. Um abraço.